Por Fernando Seacero*
Com a pandemia que vivemos hoje, a humanidade se depara com desafios complexos, principalmente na área da saúde, mas também em outras, como educação e aprendizagem. Enquanto a crise traz a oportunidade de rever o modelo de vida adotado e como nossas escolhas impactam o planeta e todos os seres que aqui habitam, a busca por soluções é alavancada em todos os setores de nossas vidas
No âmbito corporativo, existe hoje uma grande necessidade de tornar mais eficaz o canal de comunicação, aprendizagem e engajamento entre departamentos e colaboradores. A digitalização às pressas mostrou a necessidade de utilizar as melhores metodologias e ferramentas nos treinamentos, mas, mesmo antes da pandemia, a aprendizagem exclusivamente presencial em sala de aula e os EADs tradicionais já se mostravam ineficazes.
Então, como adequar a aprendizagem para que os colaboradores consigam aprender mais e melhor?
Hoje em dia, ninguém pode menosprezar o tempo, a capacidade e as decisões. É preciso ir atrás daquilo que é importante para você, para a empresa, para o colaborador.
Diante dos desafios citados, conheça três formas de potencializar e acelerar a aprendizagem, válidas para você conhecer e aplicar como indivíduo, ou para melhorar os treinamentos nas empresas.
1 – Meta aprendizagem – temos que aprender a aprender
Meta aprendizagem é uma forma sofisticada de dizer que as pessoas podem melhorar a forma como aprendem. Por conta do volume de conhecimento disponível ser cada vez maior (todos os dias temos inovações), é imprescindível identificar a forma que cada indivíduo (ou você mesmo) aprende melhor e mais rápido.
Existem diversas metodologias que podem ajudar, como a Bioaprendizagem, que indica a estimulação dos três cérebros para a aprendizagem acontecer:
Lógico/Racional (Neocórtex): informações e estratégias, o conteúdo que deve ser passado;
Emocional/Límbico: cores, sons, storytelling e metáforas das tarefas e do roteiro;
Motor (Reptiliano): decisão e movimentação.
Se a forma como se estuda não ajudar, cada um terá dificuldade em acompanhar a evolução e a agilidade das coisas para absorver mais e melhor as informações dentro dessa nova realidade.
Falando sobre informação, o conteúdo que de fato deve ser aprendido, podemos começar a entender como utilizar o Sistema Neocórtex citado pela Bioaprendizagem. Uma dica é que o estudante tenha a liberdade de escolher a ordem daquilo que será aprendido, incentivando a continuidade no processo, o qual pode ter vários formatos de conteúdo disponíveis para serem explorados como vídeos, podcasts e games relacionados ao tema.
Na aprendizagem digital, a ferramenta utilizada precisa criar espaços para dialogar, receber e dar feedback e, assim, possibilitar que o aprendiz dissolva suas dúvidas, tenha interação e crie melhorias constantes. Por meio de relatórios, o gestor da ferramenta também precisa conseguir acompanhar a evolução de cada colaborador para poder ajudar.
2 – Conectar e “colorir” aprendizados
Quando aprendemos por meio de metáforas e analogias, utilizando o cérebro Límbico, fazendo com que a memória fixe ainda melhor o conteúdo, o que podemos chamar de memória de longo prazo. Como podemos fazer isso à distância?
A gamificação é uma forma muito utilizada para transformar o conteúdo e a dinâmica para acelerar a aprendizagem, além de fixar o conteúdo na memória por mais tempo. E uma das regras da gamificação é “colorir” os conteúdos.
As plataformas digitais podem usar, por exemplo, as redes sociais, o diálogo, a emoção, o contato entre as pessoas para fazer isso. É importante ter um espaço social e mais emocionante, trazendo um vínculo emocional para a aprendizagem.
3 – Participação é o desafio
O desafio é o motor do engajamento, é o que estimula o Sistema Reptiliano. Sim, as pessoas adoram ser desafiadas por problemas (como em enigmas e games). Envolver alguém num desafio é chamar a pessoa para participar, por exemplo.
Quando se trabalha com a participação do colaborador/aluno, a memória, a retenção sobe para 70% do conteúdo apresentado. Ele passa a ser protagonista e se sente desafiado a sair da sua posição de conforto, o que faz com que a aprendizagem suba.
Chamar a pessoa para participar é um desafio para ela sair de sua posição de conforto. E vamos ressaltar: não existe aprendizagem na zona de conforto. A aprendizagem é prazerosa e ao mesmo tempo desconfortável. Tanto quem ensina como quem aprende deve ter isso em mente para utilizar melhor o tempo e aprofundar a aprendizagem.
O desafio é se mover e participar. A tecnologia hoje traz a possibilidade de interação, de participação, de movimentação. Mesmo que a aprendizagem seja on-line, é preciso utilizar recursos para que a pessoa crie, interaja, busque, se movimente e esteja engajada com o melhor que o processo pode oferecer.
* Fernando Seacero é fundador da i9Ação – empresa pioneira no desenvolvimento plataformas gamificadas para educação corporativa