Durante o World Café realizado com líderes da área de Compliance de grandes empresas, listamos os principais pontos levantados como desafios. Veja nesse blog o overview dos resultados
O melhor de uma dinâmica colaborativa é que quando um começa falar, o grupo em sua volta já balança a cabeça e sorri, querendo dizer que passa pela mesma coisa. No decorrer das rodadas, os temas principais se repetem e outros não discutidos são lembrados como totalmente relevantes.
Os participantes do World Café do Compliance Game Experience que levantaram os 6 desafios da lista abaixo estavam representando as empresas Astellas, Action Agenciamento de Cargas, CGP, Copa Energia, Farmarcas, Febrafar, Gapfill, Home Doctor, Konica Minolta Healthcare do Brasil, Maratona Qualidade de Vida, Mercedes-Benz do Brasil, Neoway, PGPJR BI, Quality Software, Racecon, Serasa, Solvi Essencis Ambiental, TCESP, Teleperformance, Único ID Tech, Unit Segurança e WapMetal.
Confira agora quais foram os 6 desafios destacados como principais:
Os 6 Desafios de Compliance apontados pelos líderes da área
1 – Engajamento dos funcionários
Se você atua na área, já deve ter ouvido algo como “Ah, lá vem o Compliance” ou “Ih, chegou a época do curso de Compliance”. As pessoas reclamam e fogem de você pelos corredores. E esta é uma questão clara de engajamento.
Mas qual a importância, o porquê? Quais são os benefícios do Compliance? O que implica?
Estas respostas podem ajudar no engajamento, tão importante quanto trabalhar o engajamento com o Compliance é trabalhar a comunicação: como essa informação chega lá na ponta? Normalmente, o que chega para os colaboradores é uma “obrigatoriedade”.
Portanto, trazer o interesse das pessoas é o principal desafio, mudar a percepção das pessoas para que expressem: “nossa, poxa, isso é legal. O que o Compliance vai trazer para a gente”?
E não há como isolar um tópico.
O engajamento também está relacionado com a questão de cultura. É cultural as pessoas acharem que é um tema chato e que não vão conseguir implementar no dia a dia da empresa. E para mudar essa cultura, o primeiro passo é a alta gestão entender a importância de todo este contexto.
Fernando Seacero, fundador da i9Ação e psicólogo especialista em neuroaprendizagem, destaca um ponto entre estas falas dos participantes:
“Eu gosto muito de uma filósofa, que se chama Jane Vella e que fala sobre a aprendizagem de adulto. Segundo ela, quando criança, somos como uma esponja, tudo que aparece vamos aprendendo. Já o adulto só aprende aquilo que ele escolhe aprender. Então, você criar um contexto, mostrar para ele a importância daquilo é fundamental. Isso porque, se vier topdown, e ainda for um tema árido, as pessoas vão realmente ter uma dificuldade maior de fazer isso. Então essa é a importância de conquistar, engajar, entender o que sensibiliza cada um. Isso é muito importante”, cita Fernando.
2 – Cultura e Linguagem
Quando vamos falar sobre desenvolvimento organizacional, normalmente, temos todo mundo animado, ‘Waw é isso mesmo, vamos desenvolver, vamos mudar o mundo!”. Já quando chega nessa área, a expressão é “Compliance é compliance, não tem abraçar árvore!”, quase um grito de guerra.
Mas como dar a importância que o tema precisa para que as pessoas se engajem e não achem chato? Como transformar a obrigatoriedade em oportunidade? Como alcançar uma linguagem acessível, universal e regional para trazer todos para essa oportunidade?
Durante a dinâmica, todo mundo falou de engajamento e outro ponto que ficou em destaque foi sobre a cultura das empresas. O desafio de tornar o Compliance em algo mais acessível nas empresas passa por como alcançar todos os públicos que precisamos:
No quesito região, oque pode ser certo em São Paulo pode ser diferente no Nordeste, que é diferente no Norte ou no Sul. E está questão não é só regionalmente falando, mas também na questão de diversidade de públicos em cada região: chão de fábrica é diferente de conselho de administração, que é diferente de média ou baixa gerência, então a gente tem que ter essa flexibilidade, o trabalho pensado para atingir da melhor forma todo mundo.
Há também o quesito geração, que nos faz refletir sempre sobre uma solução que pode agradar um público, mas não agradar o outro. Qual a meta da sua empresa para agradar o público? Então a diversidade de público é um desafio de aprendizagem.
3 – Autonomia da área de compliance X Apoio da alta liderança
Quando falamos em engajamento, falamos de 100% da organização, porque o (bom) exemplo precisa vir de cima para baixo.
Além da dificuldade de retenção de conteúdo por parte das pessoas, da forma de comunicar, de conversar com diversos públicos, um dos tópicos importantes é o apoio da alta administração tanto na participação de treinamento, na implementação, no exemplo, e na comunicação.
Muitas vezes, a alta gestão é a demandante do compliance, ela que busca implementar as regras, mas nem sempre participa e adere. O engajamento e a comunicação devem envolver esse tópico na construção da estratégia para encarar os desafios.
Os patrocinadores, os influenciadores, a alta administração influencia, não tem como. Então, são figuras que todo mundo olha, se espelha, então se eles não estão imbuídos disso fica difícil. Então, como fazer com que eles fiquem mais imbuídos? Como trazer esses executivos para abraçar a causa do compliance e ética que é tão importante, e cada vez mais importante nos nossos dias de hoje?
4 – Saturação de informação
O volume de informação a ser passado é muito grande, e é obrigatório. E isso cansa as pessoas. Esse é um desafio.
A foram disponibilizar o conteúdo deve ser pensado tanto quanto no número de treinamentos disponibilizados.
Como disponibilizar da forma mais interessante e inteligente? É possível reunir treinamentos? E torna-lo mais lúdico, mais faseado.
Fernando Seacero comenta sobre este o excesso de informação:
“Quando trabalhamos com educação, com aprendizagem digital, é importante saber dosar a informação, com atividades, com movimento, com ação. Isso tem a ver com os 3 cérebros, mas quando você dosa a informação com interação, com emoção, com interatividade e com movimento, você consegue trazer (o engajamento do participante) um pouquinho mais. Quando você tem muita informação, a coisa fica complicada, mas quando é só ‘abraçar a árvore’, a coisa também fica complicada. Quer dizer, o equilíbrio dos três cérebros é muito importante”.
5 – Mensuração / Aprendizagem de verdade
Como medir se o conhecimento foi absorvido pelas pessoas?
Como eu meço na prática o quanto que as pessoas aprenderam?
Como saber se elas entenderam o que a empresa entende como certo, como errado, o que deve ser reportado nos canais de denúncia de Compliance?
Estes são os três questionamentos principais que estão diretamente ligados à questão da mensuração de resultados pelo treinamento.
6 – Investimento/Custo
E, por fim, temos a questão do custo, que também é um desafio para as áreas, diante das equipes enxutas e com orçamento reduzido.
Entre as opções, as soluções digitais hoje em dia têm a vantagem de disseminar o conhecimento por toda a organização e de permitir muita gente acessar.
Se você quer conhecer como os games digitais podem ajudar em cada um destes desafios, converse com nosso time de especialistas!
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