Quando falamos em gamificação, grande parte das pessoas ainda associa o conceito à tecnologia, embora seja na verdade uma metodologia de design. A tecnologia sem propósitos não vai resolver problema nenhum. Se sua empresa não redesenhar as instruções para que a atividade pareça com um jogo — seja de um capacitação ou treinamento corporativo — não vai funcionar.
Para fazer a transição de antigos processos para a metodologia de gamificação, podem-se usar desde formas mais simples e baratas (como jogos de tabuleiro ou cartas), até tecnologias robustas e de alto investimento.
Ainda não tem certeza se é o momento de implementar a prática? De acordo com um estudo da Gartner, 50% das Fortune 500 usarão extensivamente gamificação até 2020. Além disso, até 2015, metade das empresas que têm processos de inovação também apostarão na metodologia.
Abaixo, separamos alguns dos passos para transição de antigos processos até chegar a um modelo de gamificação adequado e relevante para sua empresa.
- Identifique requisitos de sucesso
O que será considerado sucesso ao final da transição? Participação, resultados de negócio mensuráveis, pontuação? É fundamental definir o fator de sucesso para avaliar se a implantação está dando certo e rendendo resultados positivos.
- Alinhe as necessidades de negócio com os colaboradores
Esteja certo de que a gamificação está realmente movendo os colaboradores na direação certa, ou seja, até as necessidades da empresa. Não use a gamificação como muleta para passar um conteúdo que não tem sentido para a empresa e muito menos para o colaborador.
- Crie uma história
Já é provado que histórias motivam e envolvem as pessoas. Somente após criado um contexto apropriado – explicando o motivo do ganho de pontos, quem precisa ser salvo, por que se está procurando um tesouro, por exemplo – é que a gamificação ganha sentido e servirá para o propósito estabelecido.
- Use a ciência
Para aumentar o aprendizado, existem dois mecanismos por trás da gamificação: recordação e prática da memória. A primeira, usa o poder de intervalo entre eventos e ajuda os colaboradores a acessarem informações e dados memorizados durante longos períodos, já que esse espaço de tempo acaba promovendo o processamento do conteúdo aprendido de maneira mais profunda. Já a memória, requer que a pessoa se lembre de uma informação, sem ler ou ouvir de novo. Um quiz, por exemplo, pode incentivar que os colaboradores se lembrem de um determinado conteúdo aprendido.
- Aposte no simples
Ninguém gosta de jogar quando se impõe centenas de regras do que fazer ou não. Por isso, mantenha as regras simples e deixe a complexidade de lado. Uma dica é criar tutoriais fáceis que expliquem como o jogo funciona. Você não quer que a gamificação seja sobre a experiência de quem sabe melhor as regras, mas sobre aprender o conteúdo.
- Faça testes
Antes de lançar o programa para toda a empresa, que tal fazer um “teste beta” com um pequeno grupo? Nesse momento, provavelmente sua equipe apontará diversas falhas e também encontrará atalhos que você jamais imaginaria. Por isso, use o feedback para aperfeiçoar o programa antes de lançá-lo oficialmente.
- Monitore o progresso da aprendizagem
As plataformas de gamificação trazem uma vantagem, já que geralmente permitem que o gestor tenha acesso à todas as etapas do processo e ao desempenho individual. Se sua empresa apostou em uma solução tecnológica para ajudar na implementação da gamificação, aproveite os dashboards para buscar jogadores que evoluem muito rápido ou devagar demais e pergunte o motivo. Não desperdice a capacidade que essas plataformas têm de armazenar, gerar e fornecer informações relevantes em tempo real. Caso seu jogo seja offline, a dica é a mesma: observe o que se difere do padrão e descubra o motivo.
Fica evidente que a transição de antigos processos até um ambiente de aprendizado gamificado é complexa e exige atenção e esforço de toda a equipe. Nesse processo, um erro bastante frequente é apostar inteiramente na tecnologia, como se a gamificação dependesse dela. Lembre-se: a tecnologia é um meio, e não o fim.
Ficou com alguma dúvida sobre o tema? Escreva nos comentários!