
Por Fernando Seacero
Eventos isolados não criam cultura. Cultura nasce quando presença, storytelling digital e prática contínua trabalham juntos — com métricas claras para orientar o caminho
Você pode realizar uma Compliance Week impecável e ainda assim ver as atitudes voltarem ao ponto de partida em poucas semanas. Fazer somente o treinamento do ano não basta: sem repetição distribuída, experiências emocionais e reforço no contexto de trabalho, o cérebro arquiva o conteúdo como mais uma tarefa cumprida. Aprofundar o método e viabilizar uma experiência ajuda a solucionar esta questão, crie um ecossistema de integridade que combina formatos e cadências diferentes.
+ Reconhecimento que move a cultura ética: a força de rankings, recompensas e visibilidade
+ Compliance com leveza: estratégias para engajar sem perder autoridade
Presença que provoca conversa (ações presenciais ou via Teams/Zoom)
A força de um encontro bem conduzido é uma peça importante do jogo. Proporcionar uma boa experiência, proporcionar o diálogo e a inteligência coletiva sem dúvida é cada vez mais raro, e – acredite se quiser – conforme passa o tempo, mais inovador fica para humanizar e impactar.
Vamos falar sobre entregar às pessoas uma experiencia que ela vai gostar e memorizar, algo que ela realmente quer lembrar!
Use sessões de jogo com dilemas reais para abrir a semana de compliance ou acolher novos colaboradores na integração. O roteiro pode funcionar em 30–90 minutos:
- Aquecimento: um caso breve, reconhecível por todos.
- Dilema: escolhas com consequências (não dicotomias óbvias).
- Debate seguro (escuta ativa): grupos pequenos discutem argumentos e percepções.
- Decisão: cada grupo registra sua escolha e o porquê.
- Debriefing: ligar as decisões às políticas e aos canais corretos (ex.: presente de fornecedor, conflito de interesses, privacidade).
Saia com acordos explícitos e um registro de aprendizados. Essa camada dá linguagem comum e reduz o estigma do “polícia da empresa”.
Storytelling digital episódico (campanhas temáticas)
Entre um evento e outro, mantenha o tema vivo com missões online e histórias curtas. Aqui, o objetivo é transformar diretrizes em situações do dia a dia:
- Sprints quinzenais com 2–3 missões por tema (antissuborno, LGPD, assédio).
- Ranking por equipes para criar cooperação saudável.
- Feedback imediato após cada decisão do participante, com dica prática.
O storytelling aproxima a regra do contexto e cria memória de longo prazo sem exigir longas cargas horárias.
Prática contínua no fluxo de trabalho (plataforma)
Para virar hábito, o conteúdo precisa estar onde as pessoas já estão e oferecer pequenas vitórias frequentes. Uma boa plataforma de cultura e treinamento deve permitir:
- Cursos e trilhas com possibilidade de incluir vídeos, PDFs, imagens, testes e jogos da própria empresa.
- Desafios rápidos (como roleta de perguntas) distribuídos ao longo do ano.
- Recompensas simbólicas em uma lojinha de prêmios — reconhecimento conta.
- Multiplataforma: celular, computador e app, sem atrito de acesso.
- Painel de administração claro para programar calendário, notificação push e mural.
- Certificados automáticos e rankings (individuais, por equipe, por influência).
- Relatórios em tempo real para auditorias e para orientar decisões de comunicação.
Essa camada é o “motor” que mantém a cultura circulando entre campanhas.
Dois públicos, duas linguagens
- Integração de novos: no primeiro mês, ofereça um ciclo curto para construir vocabulário comum e confiança no canal.
- Público operacional: use linguagem direta, exemplos práticos do turno, acesso via celular e sessões rápidas presenciais ou no Teams.
O objetivo é equidade de compreensão: todos precisam saber o “como” e o “porquê”, não só o “o que”.
Compliance deixa de ser sinônimo de controle
Quando o compliance passa a servir decisões diárias com linguagem clara, exemplos do trabalho real e reforço constante. É assim que surgem os verdadeiros complayers: profissionais que não apenas cumprem, mas ajudam a empresa a escolher melhor — todos os dias.
“Quando apurei 80% de aderência, nem acreditei.” — Juliana Barbara Silva, Gerente de Compliance, Dotz
“Conseguimos um alto engajamento do público operacional, além do administrativo.” — Cristiane Oliveira, Coordenadora de Compliance, Ultracargo
Depoimentos como esses mostram que combinar presença, missões digitais e prática contínua muda a curva — inclusive onde antes havia resistência.
Se quiser os roteiros dos jogos de dilemas, os modelos de micro missões e o checklist de comunicação trimestral, fale com os especialistas da i9Ação!