Imagem: Marcus Souza
Por Fernando Seacero
Imagine-se na seguinte situação: é domingo à noite, e você já se prepara mentalmente para realizar o onboarding e receber os recém-contratados na sua empresa, sempre às segundas-feiras. Por conta do distanciamento social ainda necessário, o processo de integração de novos colaboradores tem sido on-line.
Além do desânimo de repetir aquele mesmo discurso há meses ou anos, você também já percebeu que os encontros por ferramentas de videoconferência são muito informativos e pouco engajadores, resultam em reuniões longas, em que as pessoas tendem a dispersar a atenção.
É natural que nem todos os novos colaboradores tenham interesse e paciência para enfrentar algumas horas seguidas de tela, com tanta informação nova chegando.
Mas, para animar este final de domingo da nossa “situação imaginária”, há uma boa notícia (e mais outra) para quem lida diretamente com os profissionais que estão sendo contratados em um cenário de pandemia.
A boa, claro, é poder dar a ótima notícia da contratação!
A outra é que, com os recém-chegados na empresa, tem aumentado ainda mais a demanda por um processo de onboarding eficiente à distância, o que é uma oportunidade de mudar este cenário maçante e transformá-lo para gestores e colaboradores, bem como para a marca da empresa.
A responsabilidade do líder do onboarding
Com a adoção dos processos on-line, é preciso tomar a decisão certa e conhecer as melhores ferramentas para não correr o risco de perder um talento por não ter uma boa primeira impressão.
O segredo básico do bom processo de integração está em, além de apresentar a empresa e encantar o colaborador, fornecer todas as informações necessárias para que ele se sinta seguro e apto a atuar.
Em paralelo, para a organização, os treinamentos de processos e sistemas internos ou de compliance possuem um volume enorme de informações que precisam ser transferidos e assimilados de forma ágil e eficiente.
O resultado deste desafio culmina na conquista desse colaborador, ou na perda dele.
Dados indicam que, passados 180 dias, se um talento não se sente bem recebido e feliz na nova empresa, ele tende a ir embora. Ou seja, os primeiros meses são cruciais para a sua permanência na organização. Se não houver engajamento nesse período, a possibilidade de sair – por vontade própria ou por não aderir à cultura do local – é enorme.
E você que desenvolveu todo um longo processo seletivo e investiu um valor considerável na contratação, ainda enfrenta o custo do turnover, que é ainda mais alto – pode chegar a duas vezes o salário anual do colaborador, segundo estudo da Deloitte – se, passado esse tempo, o colaborador não se sentir bem acolhido e decidir ir embora.
Normalmente, um talento não desperdiça seu tempo em um lugar em que se sinta confuso e mal recebido. Por isso, garantir uma boa experiência de entrada aumenta, e muito, as chances desse investimento não se transformar em prejuízo. Afinal, treinar e depois perder os colaboradores é muito ruim.
O que precisa ser feito, então?
Uma boa jornada de acolhimento impacta o público interno, mas também gera a percepção favorável de uma marca empregadora, o que aumenta a atração de talentos do mercado para a sua organização. Nós da i9Ação acreditamos que um dos principais objetivos de qualquer RH é criar uma boa marca empregadora, e esse conceito está diretamente ligado a um bom processo de onboarding na empresa.
Mas o que temos visto ultimamente? Um Welcome frio, e gestores de RH perdidos, entediados ou inseguros sobre a melhor maneira de receber e acolher seus novos colaboradores. Voltando à ineficiência da apresentação de conteúdo longa, em videoconferência, quando a empresa conduz um processo de integração passivo e longo como esse, ela perde engajamento e atenção das pessoas.
Inclusive, esse é o motivo de o TED Talks adotar o padrão de 18 minutos para suas palestras. Para ter a eficiência de uma palestra do TED – levar a informação, emocionar, criar empatia, humanizar, entregar o conteúdo e fazer com quem recebeu esse conteúdo pare para refletir antes de agir – é preciso também se programar e estruturar um modelo que funcione. Aí entram também os recursos da Bioaprendizagem, metodologia que a i9Ação aplica e que você pode conhecer no link acima.
Fazer onboarding digital não é simplesmente gravar um vídeo com a sua apresentação
O onboarding traz informações sobre a história da empresa, a missão, o código de conduta e compliance, as unidades de negócio, os benefícios etc. Já parou para pensar que você pode oferecer todo esse conteúdo aos colaboradores por meio de um game digital?
A parte do contato pessoal ou uma chamada de vídeo ficam com a função de responder as perguntas, conversar, interagir e trocar experiências. O ponto de atenção do digital é não substituir o presencial por uma metodologia similar a uma aula expositiva em áudio ou vídeo. Essa migração, por si só, não muda o quanto e como aquele conteúdo é absorvido.
Quando trabalha com a gamificação digital, você precisa colocar as coisas nos lugares certos, e transferir a informação de uma forma interativa, divertida, por meio de um jogo. O contato pessoal por vídeo ou presencialmente será mais bem aproveitado para a interação, assinar documentos e esclarecer dúvidas.
Uma experiência chamada de “piscina infinita”, em que você vê uma coisa que leva a outra, que leva a outra, algo como as redes sociais oferecem, é muito legal quando se está falando de entretenimento, por ser uma atividade passiva. Já a experiência de aprendizagem deve ser coparticipativa para realmente gerar absorção de novos conhecimentos, engajamento, memória e fixação.
Outro ponto importante é que, quando você coloca as informações numa plataforma, você garante não só a qualidade e a padronização do que é informativo, mas também a qualidade do contato pessoal. Passa a interagir sem se preocupar que precisa transmitir uma carga de conteúdo nas próximas quatro horas.
Em vez disso, você está aberto e disponível para acolher aquela pessoa, para receber, mostrar um lugar ou uma área para ele, contar como funcionam as coisas… E então você consegue fazer de fato o acolhimento e gerar no dia a dia a percepção de uma boa marca empregadora.
Quer saber como criar um onboarding ágil e eficiente para dedicar o seu tempo ao que realmente importa, ou seja, acolher bem seus novos colaboradores?