Por Fernando Seacero
No nosso atual contexto pandêmico e econômico, as empresas percebem a crescente importância de oferecer experiências de aprendizagem para seus colaboradores que sejam significativas e que possam, de fato, agregar à sua vida.
Um dos três principais elementos que aumentam o engajamento dos colaboradores em empresas, apontados pelas pesquisas anuais do https://employeeengagement.com/, é a clareza da possibilidade de aprendizagem contínua no ambiente de trabalho.
E este é um fator muito importante, considerando que o desengajamento impacta diretamente os resultados das empresas. Enquanto isso, felizmente, a tecnologia de aprendizagem digital melhora e avança a cada minuto.
Mas, como realmente podemos pensar em estratégias mais eficientes para utilizar plataformas digitais e gamificação, considerando as tecnologias disponíveis hoje?
Na raiz desta questão encontramos nossos queridos e antigos amigos. Os hormônios. Responsáveis por regular e impactar diferentes funções em nossos corpos, são protagonistas também na aprendizagem.
Em seu livro sobre processos neurais na aprendizagem, Brain centric design, o autor Kieran O`Mahoney fala da importância da Dopamina na aprendizagem.
A Dopamina, junto com a Epinefrina, são hormônios que nos ajudam a ter foco e atenção. Eles se juntam com as informações aprendidas para facilitar a gravação de memórias e aprendizagens, nos dão a sensação de estarmos bem e alertas, e trazem uma série de outras funcionalidades importantes em nossa vida.
A dificuldade de produção de Dopamina está relacionada com a falta de atenção, dificuldade de memória, indisposição, entre outra centena de opositores da aprendizagem e do bem estar.
Mas, o que isso tem a ver com gamificação?
Citamos então o livro Rewiring Education, de Jason Tawne, que descreve diversos experimentos com a medição de dopamina enquanto as pessoas jogam jogos mais tradicionais, como roleta e cartas, e jogos digitais de sucesso. Em todos os casos, os níveis de dopamina dos jogadores sobem consideravelmente durante os jogos em si.
Mas, veja, eles sobem em momentos específicos. Não sobem nem no começo nem no momento de vitória. (O que?)
Sim, a Dopamina é gerada pela sensação de desafio e de antecipação de que algo irá acontecer em algum momento próximo. No momento da vitória de um jogo, por exemplo, os níveis de Dopamina baixam e outros hormônios são secretados, como a Serotonina.
A aprendizagem por meio da gamificação e dos games, diferentemente de modelos tradicionais de educação, são momentos de grande geração de Dopamina. Isso facilita a gravação de informações e memorização, como também aumenta o engajamento das pessoas com o que está sendo proposto.
Mas como podemos aumentar a Dopamina dos participantes pensando em aprendizagem digital?
1 – Estabelecer um objetivo e tempo de realização claros
Quando temos diversas trilhas e desafios em uma plataforma para todos poderem acessar, como uma grande biblioteca de conteúdos, não criamos nenhum tipo de desafio aos participantes, com começo, meio e um final.
Por isso, uma sugestão é sempre criarmos campanhas com focos específicos e temas a serem trabalhados. Como nas campanhas de Outubro Rosa ou Novembro Azul, por exemplo, existe um foco de atenção, além de objetivos e metas a serem atingidas nesta campanha dentro de um determinado prazo.
Ao criar diversas temporadas ao longo do ano, as campanhas têm mostrado em nossa plataforma gamificada 2Gether que os níveis de engajamento ficam muito altos.
2 – Criar trilhas e jornadas com diferentes níveis de desafio
Este é um outro recurso. Lembrando, as pessoas gostam de ser desafiadas, ter o frio na barriga (Adrenalina) de antecipação. Assim, uma trilha mais desafiadora, sempre gera uma boa sensação de antecipação e assim mais Dopamina em jogo.
3 – Premiações físicas e emocionais
Muitas pessoas associam rankings com prêmios materiais. Mas um dos elementos que mais gera sensação de conquista é a visibilidade. Por isso, mostrar as pessoas que se destacaram no processo e dar visibilidade são ações que aumentam a geração de Dopamina em todos os participantes (não apenas nos ganhadores).
As premiações físicas também são muito importantes, mas é importante lembrar que a premiação de apenas algumas pessoas pode desestimular os que estão iniciando os desafios. O importante é ter uma estratégia de reconhecimento que possa abarcar mais pessoas para que todos sintam que podem ganhar, mesmo os que iniciarem os desafios mais tarde.
4 – Possibilitar desafio entre os participantes
Quando um participante pode literalmente desafiar outros participantes de forma lúdica em um jogo, o nível de emoção envolvido é muito maior, trazendo mais elementos e dimensões ao jogo.
Em nosso atual desafio de aprendizagem no mundo, o que irá fazer a diferença é como podemos deixar tudo isto mais humano e “hormonizado”!
Quer saber mais sobre aprendizagem e gamificação para engajamento de colaboradores? Fale com a gente!