Ao entrar no mercado de trabalho, tenho certeza que não foi só minha a busca por uma forma de manter, ao menos, um pouco da sensação de criatividade e liberdade. Alguns encontraram!
Um dia, ainda na época de universidade, um amigo meu escreveu uma carta para si mesmo. A carta era uma despedida, da vida e da liberdade vivida até ali, para entrar (como ele definiu) no “mundo dos homens sérios, onde nosso pescoço é preso por uma gravata e nossas ideias limitadas por sua patente”.
A partir destas inquietações, iniciei meus estudos no último ano universitário sobre memória, desenvolvimento humano, engajamento e prazer no trabalho. E, após alguns anos de experiência de trabalho, percebi que a necessidade de metodologias e estratégias para facilitar o engajamento e a felicidade, em diferentes posições e funções nas organizações, era uma grande oportunidade.
Ainda hoje, por exemplo, institutos como o Engagement Group e o Gartner nos mostram uma dura realidade sobre a participação criativa das pessoas nas empresas de todo mundo. Apenas para começar a entender esse cenário, podemos citar alguns dados interessantes:
Estes, podemos pensar, são apenas alguns dados de uma análise. O problema é que estas condições, na verdade, se repetem anualmente quando assunto é o engajamento mundial. Enquanto isso, os principais pontos de inspiração das pessoas no mundo corporativo são:
1 – Comunicação fluida – Todos querem poder comunicar-se e trazer suas ideias para a organização;
2 – Liderança Inspiradora – As pessoas desejam líderes íntegros e que possam realmente serem inspirações para seus desenvolvimento e trabalho.
3 – Aprendizagem e evolução constantes – Sim, todos desejam e querem perceber claramente que estão evoluindo e aprendendo. É mais ou menos assim: se não estou aprendendo, busco outro lugar.
Estes elementos são simplesmente os que mais carecem de ser vivenciados pelos colaboradores. Quando falamos da intensidade das demandas de nosso dia a dia de trabalho, pode ficar encoberto o equilíbrio entre volume de trabalho e harmonia com os outros elementos que compõem nossa vida.
A descoberta
Uma noite, alguns amigos e eu jogamos – por mais de 8 horas – um game de zumbis, com cartas. Não vimos o tempo e o crash do servidor passar! Que estranho! As horas voavam, as pessoas não pareciam se preocupar e, ao mesmo tempo, muitas coisas eram feitas.
O que aconteceu naquele dia é o que os pesquisadores e a Gamificação chamam de flow – o oposto daquela sensação de “caramba o ponteiro do relógio parece que não se mexeu nas últimas duas horas”. Posso dizer que esta sensação, de flow, é aquilo que todos que trabalham com Games para corporações e gamificação buscam.
Pouco tempo depois, a gamificação
Hoje, em minha empresa de gamificação, a i9Ação, o que nos toca para desenvolvermos jogos, antes de tudo, é a possibilidade que um game bem desenvolvido traz de conexão entre pessoas, ideias, propósito e a estratégia da organização.
É a partir de diálogos mais sinceros e corajosos (que se estabelecem dentro dos games nas empresas) que conseguimos, de fato, utilizar a potência que as redes de pessoas dentro de uma organização podem oferecer. Com trocas de informações, alinhamentos e aprendizados conjuntos, ampliamos as possibilidades de inovação e a empresa passa a ser um local em que as pessoas podem encontrar sentido no seu trabalho.
Este sentido não é só aquilo que melhora os índices de engajamento de sua organização, mas também o que conecta as pessoas ao seu propósito, afinal de contas estamos vivos e todos querem, de uma forma ou de outra, ser felizes.
Por Fernando Seacero, sócio-fundador da i9Ação.
Convidamos vocês, então, para uma viajem, onde podemos contar um pouco sobre o que deu certo, o que não deu certo, e como as organizações com que trabalhamos adotaram com a gamificação. Continue acompanhando nosso blog!