
Por Fernando Seacero, CEO da i9Ação
Nos artigos anteriores da série “Gamificação, Psicologia e Ética: A Nova Fronteira”, falamos sobre como a gamificação, aliada a conceitos de psicologia e ética, pode transformar a cultura organizacional em diversos níveis — desde o estímulo à tomada de decisão ética até a quebra de resistências ao compliance. Mas, para que esses resultados sejam realmente duradouros, é crucial reconhecer e valorizar o que cada colaborador tem de melhor: seus superpoderes individuais.
Neste 9º texto da série, vamos explorar como o líder pode não apenas identificar as potencialidades de cada pessoa, mas também unificar essas forças em um time coeso. Afinal, a verdadeira mágica acontece quando o “eu” se torna “nós” — e a soma dos superpoderes faz com que as metas de compliance, segurança, inovação (entre outras) sejam alcançadas de forma natural e colaborativa. Quer saber como a gamificação ajuda nessa jornada?
Por que focar nos superpoderes?
- Mudança de paradigma
Em vez de insistir na correção dos gaps e falhas individuais, a abordagem de superpoderes reconhece que cada colaborador tem competências únicas (raciocínio analítico, empatia, criatividade, etc.). Apostar nessas virtudes gera motivação intrínseca: as pessoas se sentem valorizadas e percebem sentido em colaborar. - Alinhamento natural
Quando valorizamos os pontos fortes de cada um, melhora o clima e reduz a resistência às normas. Colaboradores querem contribuir com aquilo que fazem de melhor, e isso alinha os comportamentos esperados — seja no compliance ou na segurança — sem depender tanto de imposições. - Aprendizagem mais rápida
O engajamento é maior quando as tarefas dialogam com aquilo que o colaborador se sente confortável ou competente para fazer. E, por meio da gamificação, consegue-se treinar outras habilidades de forma leve, reforçando a cultura ética em paralelo.
Como gamificar o desenvolvimento dos superpoderes
1. Mapeamento de potenciais
- Diagnóstico lúdico: Antes de iniciar um programa gamificado, podem ser aplicados quizzes, testes de perfil ou atividades que revelem pontos fortes (ex.: LiderPlay, Preferências Humanas, etc.).
2. Desafios colaborativos
- Combinação de forças: Crie desafios em que, para avançar de fase ou resolver um enigma, seja fundamental somar diferentes superpoderes (criativo + analítico + comunicativo). Dessa forma, o colaborador experimenta a interdependência.
- História compartilhada: O jogo pode ter uma narrativa na qual cada superpoder aparece como essencial para derrotar “o vilão” (pode ser a falta de engajamento, riscos de segurança, etc.).
3. Feedbacks, badges e reconhecimento
- Feedback Imediato: Sempre que um colaborador usar bem seu superpoder — contribuindo para resolver um desafio ou auxiliar um colega —, reconheça com pontos ou símbolos dentro da plataforma gamificada.
- Badges específicos: Crie medalhas que realcem as competências de cada papel (por exemplo, “Mestre em Observação” para o Sentinela; “Connector Master” para o Arqueiro). Esse reconhecimento social reforça o desejo de continuar contribuindo.
4. Crescimento progressivo
- Trilhas de aprendizagem: Conforme os colaboradores avançam, podem desbloquear novas “habilidades” ou níveis de maestria em seus superpoderes. Isso se encaixa perfeitamente em programas de Compliance e Segurança, onde diferentes módulos precisam ser concluídos gradualmente.
- Novos desafios: Ao final de cada ciclo (mensal, trimestral), redefina as missões ou quests, mantendo o frescor e evitando a rotina.
Conectando cultura Ética e Segurança
Assim como discutimos em temas anteriores, Compliance e EHS (Saúde, Segurança e Meio Ambiente) ganham força quando as pessoas estão emocionalmente envolvidas. Se cada um entende que seu talento ajuda a manter o ambiente seguro e íntegro, o comportamento ético emerge naturalmente:
- Autoexpressão e confiança: O colaborador se sente confiante em apontar irregularidades ou sugerir melhorias, pois sabe que seu papel é valorizado, não penalizado.
Exemplo prático com o “Clã dos Superpoderes”
Imagine uma empresa que lança um game corporativo em fases:
- Identificação: Cada colaborador descobre seu superpoder (por meio de um quiz ou feedback de pares).
- Missões de equipe: Para resolver um dilema de Compliance (conflito de interesses) + um cenário de EHS (procedimento de segurança), o time precisa combinar esses superpoderes.
- Progressão e reconhecimento: A plataforma registra quem solucionou a parte de “risco de acidente” e quem cuidou de “conflito ético”. Cada ponto forte é reconhecido ao final da missão, gerando badges e feedbacks.
- Celebração: Ao concluir a “fase” sem incidentes, todos recebem pontuação extra, criando um clima de cooperação.
Do “eu” ao “nós”: integração e pertencimento
O ganho real surge quando cada colaborador, orgulhoso do próprio superpoder, vê que a soma das forças gera resultados superiores. Esse insight reforça a cultura, pois cada um percebe que:
- Suas capacidades são úteis e valorizadas.
- As regras (compliance, segurança, etc.) não são restritivas, mas protegem o espaço para usar essas capacidades sem riscos.
- Pertencer a algo maior motiva a cumprir normas e zelar pelos colegas.
Fortalecer o coletivo a partir do talento individual
Ao destacar os superpoderes de cada colaborador, a empresa desperta potencialidades que antes podiam estar adormecidas ou “invisíveis” em treinamentos tradicionais. A gamificação é o fio condutor que permite experiências práticas, “desafios épicos” e feedbacks imediatos, fortalecendo uma cultura ética e de segurança de modo natural.
Se você quer transformar o jeito de liderar, integrando talentos individuais em um time engajado e alinhado a valores organizacionais, vamos conversar. A i9Ação reúne gamificação, neurociência e desenvolvimento humano para criar experiências que tiram o colaborador da passividade e o colocam no centro da construção de uma cultura forte, inovadora e íntegra.