Por Fernando Seacero*
Com o passar dos meses de atividades corporativas prioritariamente on-line, os gestores de RH estão descobrindo na prática que um bom onboarding não pode se limitar a um vídeo de boas-vindas e uma sequência de aulas ou apresentações gravadas. Os reflexos dessa situação já mostram que este formato impossibilita um ponto crucial do processo: que seu departamento consiga enxergar de fato a pessoa, entender como ela está indo e qual o seu desempenho.
Como as empresas exigem cada vez mais agilidade e efetividade no processo de integração de novos colaboradores, é imprescindível que o RH consiga acompanhar de perto e em tempo real a evolução de cada pessoa no fluxo de treinamentos. Se não enxerga, a probabilidade de o novo integrante se perder é muito grande.
Vale tomar como exemplo o que chamamos de breaking point, quando a pessoa chega a um determinado nível de conhecimento de alguma coisa e estaciona ali. Antes de passar para o próximo nível, sempre há uma dúvida.
Nesse momento, se não há um mentor olhando para a situação, acompanhando de perto, o colaborador não consegue avançar sozinho. E é aí que a digitalização do processo exige a evolução por parte do gestor e da ferramenta utilizada no onboarding.
As empresas buscam melhorar a forma on-line de se relacionar para ajudar na aprendizagem, criar canal de interatividade, perceber dificuldades, acessar as dúvidas dentro de um fórum. Isso permite conhecer a experiência de cada um dentro do programa de integração, dar orientação e levar o colaborador ao próximo nível.
Enquanto isso, as plataformas gamificadas para o processo de aprendizagem de adultos dão um salto de mãos dadas com tecnologias de inteligência de dados e UX.
A congruência dos pontos citados enriquece a gestão ao permitir identificar, acompanhar e avaliar o passo a passo de cada um dentro do treinamento. O objetivo é que, mesmo on-line e em escala, o gestor acompanhe o desenvolvimento individual e consiga dar feedback imediato e orientações, como também consiga entender e fazer os ajustes necessários na jornada de integração dos recém-chegados de forma fácil e intuitiva.
Recursos de acompanhamento
Conseguir marcar a presença digital do indivíduo, que foi ou não até o fim em cada atividade, proporciona ao gestor o acompanhamento do indivíduo, como está sendo a experiência, interação, pontuação, ritmo, o tempo investido por ele dentro do onboarding, e como o aprendizado está sendo aplicando no dia a dia por meio das evidências postadas.
São facilidades que geram uma aproximação e impacto no resultado. Já se sabe que, presencialmente ou on-line, a interação como uma via de mão dupla é fundamental para a aproximação e o engajamento de equipes. O capricho com o conteúdo e a metodologia podem e devem indicar e ajudar, de forma clara, quais ações cada recém-chegado deve ter com seus novos gestores, pares, interfaces e pontos focais de outras áreas.
Os primeiros 90 dias são cruciais para o engajamento desse novo colaborador, bem como para a permanência e qualidade dele na empresa. A boa notícia dos desenvolvimentos tecnológicos é a possibilidade de usar o melhor que existe em termos de ferramenta, funcionalidades e metodologias para encantá-lo e dar ao gestor a informação que ele precisa.
A tecnologia com interatividade permite que o colaborador crie por si as evidências da sua evolução real e no jogo corporativo, ao mesmo tempo em que a empresa pode dar insumos e enriquecer toda a jornada. Como ele está participando, o que ele está postando, está entusiasmado? Isso tudo significa enxergar de fato o engajamento acontecer.
* Fernando Seacero é fundador da i9Ação – empresa pioneira no desenvolvimento plataformas gamificadas para educação corporativa.